Ao chegar ao salão, suas negras pupilas, rapidamente visualizaram e
analisaram a todos no ambiente.
Sua longa barba branca e sua enorme cicatriz em seu ombro direito,
destampado, devida a vestimenta típica de monges, na cor vermelho sangue, que
estava vestindo, tampava o ombro esquerdo e o cortava na diagonal o seu peito,
até chegar de encontro com os diversos panos que compunham sua calça, espantava
a todos, pois transmitia um alto nível de experiência, inexistente em todos os
outros que se encontravam no salão.
Exibindo total seriedade em sua face, Artat,
caminhou até a bancada, acompanhado pelos ruídos de seus tamancos japoneses que
calçava e o tintilar das inúmeras esferas, pintadas em um
dourado fosco, que compunham o colar que usava, onde as esferas diminuíam de
tamanho de acordo com o caminhar do seu pescoço, começando do tamanho de punho
cerrado, no centro de seu peito, e terminado nas costas do pescoço, no tamanho
de uma pérola.
O silêncio e a aflição tomava conta da áurea, que emanava da maioria
dos amaldiçoados que se encontravam ali, sentados no ambiente, esperando a
incerteza de acontecimentos que os guiaria para destinos incertos.
Ao cair do ultimo grão de areia, da última ampulheta, que se encontrava
no poço, ao centro do ambiente, um enorme tremor se deu início e tomou conta do
local por completo.
O tremor fez com que uma enorme fenda, sumisse com o longo corredor que
os amaldiçoados haviam trilhado para chegarem até ali, acompanhado pelo sumiço
do corredor, uma parede se ergueu em frente à única saída que havia
daquele lugar.
Presos em uma cúpula, sem contato algum com o exterior, ficaram em
choque e isentos de demonstrarem qualquer tipo de reação, exceto
por Payen e Artat, que transmitiam a mesma calma de quando
entraram no templo.
Subitamente uma forte ventania rodeou o ambiente, levando com ela toda a
luz, que as tochas proporcionavam,
se concentrando, posteriormente, a penetrar as profundezas do poço.
Uma grande onde de calor, saiu do poço, seguida, por uma enorme labareda
azul, transformando o calor junto com as chamas em um misterioso
vulto, que flutuava por cima do poço, uma súbita e ofuscante luz se originou do
vulto, despertando a dor nos olhos de todos os amaldiçoados.
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